quinta-feira, 26 de março de 2009
As meninas menino
Meus amigos, ela queria fazer "terra" em mim!
Rapaz, essa é uma estórinha legal, que eu e meu amigo "baixinho" (vou chamá-lo apenas de "baixinho", para proteger a integridade dele) vivemos. Eram duas gatinhas, daquelas de parar o Paranjana/Papicu 18h, lotado. Um espetáculo mesmo. E os nominhos das fôfas? Meiriane e Vandelenia, é isso mesmo, Vanderlenia (vai preguntar a mãe dela o que que isso quer dizer!).
Conheci a Meiriane lá pelo bairro mesmo, ando pelos arredores do CSU. Quando vi a gatinha de longe pensei logo: vou atacar... Cheguei junto e cai logo perguntando: e ai gata, quer dar uma volta no meu possante (o chevette verde)? E ela, cheia daquele charme brejeiro: Ouura, vamu nessa!
Mas, ela tinha uma "amiga", a Vanderlenia, que tinha que ir junto. As duas só andavam grudadas...
Não iria perder aquela boquinha, chamei o "baixinho" pra sair conosco. Ele topou na hora!
Meus amigos, o negócio até que ia bem depois de algumas saídas, sempre nos quatro. Só que, como diz o ditado: tudo que é bom dura pouco.
Comecei a perceber que a Meiriane ficava meio "indócil" sempre que o "baixinho" chegava junto da Vanderlenia. Ela ficava dizendo: "Esse bicho é muito otário! Babaca, Chato, e por ai vai... Coisas que não posso publicar aqui.
Eu fui ficando cismado com isso, pois o baixinho já era meu amigo de ânus, e não achava legal esse negócio dela ficar falando mal do cara. Resolvi tomar satisfação.
Um dia, depois de mais uma explosão de fúria que ela deu eu perguntei: Pô Meiriane, porque você implica tanto com o baixinho, o que que o cara te fez?
Ela foi e disse: esse cara é um babaca! Ai eu disse: não, é não, isso me parece ciúmes!
Ai a mulher travou... Olhou bem nos meus olhos e se abriu: é, já que você tocou no assunto, é isso mesmo, eu amo a Vanderlenia! E morro de raiva desse cara "apertando" ela na minha cara!
Meus queridos leitores, ai eu me toquei... Depois do baque da declaração, fui caindo na real. Não era a toa que a mulher era meio "estranha" quando estávamos a sós. Tinha umas manias de querer enfiar os dedos sabe, lá no Piauí. Das primeiras vezes eu até achei legal, levei na curtição afinal, no amor e na guerra vale tudo. Mas, teve aquele dia da banana curuda, e ai eu não achei muita graça não...
Bom, o fato que terminamos o nosso afair e a Meiriane foi curtir a nova opção dela, sei lá com quem.
domingo, 22 de março de 2009
Minha quase sandália Kenner
Rapaz! Eu tava em festa! Ia comprar a minha primeira sandália Kenner. Sim, aquelas que só surfista usava, original, com a borracha macia e o cabresto roxo. A boa mesmo!
Já tinha combinado com a mãezinha: eu iria ao centro, lá na Casa Havainas, como "Tinha", um amigo meu, e faria a compra sozinho! Afinal, já era um homemzinho, 17 anos completos, e sabia andar no centro sozinho.
Chegou o dia então, fomos eu e o "Tinha" pro centro, comprar a minha maravilhosa Kenner. Na verdade, a mãezinha deu grana pra comprar três pares: um pra mim, um pro Teinha, outro pro Dão, meus irmãos.
Quando descemos na parada na praça da estação, vi uma coisa que me chamou a atenção: um amontoado de gente, olhando um cara com uma caixa de papelão, mexendo três cartas pra lá e pra cá. Era a primeira vez que eu via a pretinha.
Rapaz, o jogo é o seguinte: são duas cartas do mesmo naipe e uma diferente, você apenas que apontar a diferente, simples e direto. Eu vi aquilo e vi que não tinha como dar errado.
Primeiro, cuidadoso como sempre, eu observei o pessoal que estava jogando. Tinha uma mulher que só ganhava. Acertava sempre umas cinco vezes pra errar uma, uma verdadeira barbaba!
Assim, eu só tinha que apostar a grana das sandálias, das Renner, e iria ganhar dinheiro pro pastel lá no Leão do Sul, meu e do Tinha.
Ora, me baseando no jogo da mulher, lá fui eu. Apostei uma vez, ganhei! Ai os olhos cresceram, fui de novo, ganhei de novo. Ai, o negócio começou a melar...
O cara que mexia nas cartas, o crupier safado, falou: olha negão, tu tá ganhando muito, não aceito mais você apostar pouquinho (eu tinha arrumado o maço de dinheiro na frente dele), se quiser continuar tu vai ter que apostar alto, tudo mesmo.
Ora, eu, sabido como só eu mesmo, falei pro Tinha: "Rapaz, não tem como errar, vamo pelar esse otário!" E o Tinha, na sua santa sabedoria, disse: Jô, maxo, deixa isso pra lá, vamu compra essas chinela logo...
Mas eu, tomado pela ganância pecaminosa, não ouvi meu velho amigo Tinha. Sapequei todo o dinheiro na mesa... Não deu outra: apontei com cereteza a carta que achava ser a certa, quando o cara levantou, já era! Me dei mal...
O crupier olhou pra minha cara, deu aquele sorriso de canto e disse: "É negão, acabou a sorte!"
Meus amigos, o pior foi chegar em casa e dizer o que pra mãezinha? Nem dinheiro nem sandália Kenner... Eu tinha que pensar em alguma coisa. Inteligente de preferência...
Bom, fiz o seguinte: combinei com o Tinha que iríamos dizer que fomos roubados, um cara, armado, de cor, apontou um trabuco pra nós e pediu o dinheiro das chinelas. Pronto, tava inventada a desculpa pro vacilo da pretinha.
Depois dessa, nunca mais pretinha!
quinta-feira, 5 de março de 2009
O celular virtual
Rapaz, era uma promoção que não dava pra perder. Celular V3, o top dos tops, por menos da metade do preço! Imagina ai? Dava pra deixar passar essa?
O vendedor, um cara conhecido do pai do Ziêr, era, segundo o próprio Ziêr, "gente boa". O cara era "acessor para assuntos aleatórios" de um juiz da Receita Federal, curriculo impecável! Tudo bem que ele tinha lá aquela cara de mafioso mas, faz parte.
Bicho, quando o Ziêr me ofereceu o negócio, fiquei louco! Tava sem grana na hora, tinha que dar um jeito.
Bom, chamei o Alex pra participar, não podia deixá-lo de fora dessa, afinal nos conhecemos há ânus...
Peguei grana emprestada, fiz meu irmão vender o celular dele, afinal, iria ter o último modelo da Motorôla nas mãos, valia a pena.
Cara, o Renê, "colega" do Tiago, entrou também na jogada, junto com a namorada. Sei que depois de algumas horas já eram uns sete ou oito na pirâmide do celular virtual. Uma barbada!
Bom, o cara pediu que dessemos a ele a grana, pois precisava dela pra trazer os celulares (é, não vimos os celulares, ele só disse que os tinha) que estavam sei lá onde, com um outro amigo dele. Coisinha simples.
Juntamos uns 2.500,00 paus e colocamos na mão do cara. Ele pediu que o levassemos ao encontro do outro "sócio" dele, pra pegar os celulares. Fomos no meu carro, pra não perder tempo.
Comecei a ficar preocupado quando, dentro do carro, o cara nos mostrou um outro amigo dele... Um .38 canela seca, niquelado, e carregado. Pra quê aquela demonstração de força? Afinal, estavamos entre amigos...
Chegando no destino, o "sócio" não estava lá, mas o vendedor disse que iria então encontrá-lo em outro local, e que nós não poderíamos ir com ele. Nesse momento eu comecei a suar...
Peguei a negrada, Ziêr e Alex, e voltamos pro colégio. Ai a coisa ficou preocupante. Encontrei o PC na sala dele e falei do negócio, pra tentar colocá-lo na barbada també, eram V3, top dos tops...
Falei pra ele:
- PC, meu chapa, são celulares V3, por menos da metade do preço, não tem igual!
Ai o PC me pergunta:
- Onde estão esses telefones, deixa eu ver um.
Ai eu disse:
- Não, o cara levou o dinheiro, os celulares mesmo eu ainda não vi.
Então o PC, do alto do seu ceticismo, diz:
- E vocês confiaram nesse cara com toda essa grana?
Nessa hora eu começava a enxergar a cena maior...
E o PC, como não poderia deixar de ser, pergunta:
- De onde esse cara tirou esses celulares?
Ah, mas essa era fácil! Eu respondi:
- São celulares que a Receita apreende e que ia incinerar...
Ai o PC me dá o tiro final:
- E desde quando a Receita Federal icinera produtos não perecíveis, ainda mais celulares?
Caralho! Tinha que ser o @#!& do PC...
Nesse momento então o sonho de ter um V3 último tipo virou um pesadelo de perder meus R$ 500,00...
A essa altura do campeonato o cara já não respondia aos nossos telefonemas (só os do Renê, pra pedir cartões de ligação), ficava embromando, dizendo que já, já estaríamos com esses celulares.
Que celular que nada! O FDP se mandou com nossa grana, curtiu com a nossa cara e ainda riu de tudo.
Ainda hoje eu choro quando lembro do meu "quase" V3 Motorola, top dos tops.
A Kombi Branca
Era a época do início dos Transportes Alternativos, ou seja, Topics.
Conheci um cara que desenrolava esse lance de linhas (rotas) para Transporte Alternativo e ele me disse que bastava ter um carro apropriado para tal que o resto era com o cara.
Pensei comigo – agora sim vou me tornar um empresário, começo com uma kombizinha, depois que o negócio engrenar compro outra ponho gente pra trabalhar pra mim e assim vai. “Comprei” a Kombi (financiamento a perder de vista) Blz!
Começamos, meu irmão era o motorista e conseguiu um cara pra ser o cobrador. Tudo ía bem.
Chegou então, o dia em que essa onda toda seria regularizada, sindicato e tudo mais.
No sorteio das rotas, pegamos uma só o filé (13 de maio / Papicu). Chegando em casa meu irmão me contou e quase não dormi de alegria.
Sendo que no dia seguinte para entrega de documentos e sei lá mais o que, haviam sido trocadas algumas rotas. E ficamos então com outra rota (José Walter / São Cristóvão).
Começou a dor de cabeça...
Vendo que tinha jeito de recuperar nossa rota do sorteio, desistimos e resolvemos rodar mesmo como Piratas. Fazíamos uma rota (José Walter / Centro – Via Av. Expedicionários). Até que um dia uma mulher fez um retorno em plena Av. dos Expedicionários (tipo o meu com o Chevette Verde no Paracuru) e meu irmão não teve como para e arregaçou a traseira do carro da Égu...
Assim a Kombi foi para oficina e ficou lá por um bom tempo, nesse período parado, não geramos renda para pagar o financiamento. Comecei a pagar atrasado (os juros na goela), e quando a Kombi saiu, nunca mais foi a mesma. Tive que vender. Mas até pegar um besta...
Quando já pensava em entregar pra financeira, surgiu um abençoado e negociamos.
Me livrei dessa!Na caxa do ôi...
Rapaz, ainda lembro como se fosse hoje... Tava lá no Paracuru (sempre lá!), eu e um amigo (mui amigo...) Tinha ido com a minha namorada, nesse tempo ainda era namorada, passar o carnaval. Rapaz, tava cheio de mulher!
Esse meu amigo, tinha levado a mulher dele também, mas queria raparigar. Chegou pra mim, me tentando, querendo que nos dessemos um "dibre" nas mulheres, pra ir lá pro Forró do Aurenir, onde estavam as gatas.
Olha o queixo:
- Jô, a gente diz que eu tô passando mal, e que você vai comigo a farmácia compra um Engove.
- Na hora eu pensei: Beleza de idéia! Nos vamos fingindo que vamos comprar remédio e vamô é raparigar!
Ora, deixei a Dona Maria em casa, com a mãezinha (como carinhosamente chamava minha mãe), e passei o queixo da farmácia.
E ainda completei:
- Amor, vô num pé e volto no outro! Não vai dar tempo nem piscar os olhos!
Ora, a mulher, desconfiada que só ela, já fez aquela cara de quem não gostou, mas, não falou nada, deixou eu ir.
Rapaz, chegamos lá umas 18 horas. Foi cerveja e raparigage até o cão dizer chega!
Lá pelas 4 da madruga, melado que só caroço de manga em boca de vaca, me lembrei que tinha deixado a mulher em casa.
Me mandei pra casa nuns trupelo que só vendo.
Quando cheguei ao portão (não, o cachorro não me sorriu latindo...), tava tudo fechado. Como é que eu ia entrar?
Lembrei de que a mãezinha dormia na sala, pertinho da porta.
Ai, discreto que só elefante em plantação de morangos, comecei a bater devagarinho na porta:
- Maezinhaaaa, Mãezinhaaaaa... Abre aqui...
Fiz isso umas quatro vezes...
Rapaz, pois num é que a porta abriu. Só que não foi a mãezinha que me recepcionou...
A Margarida (nome trocado pra protejer a privacidade da gente), abriu a porta e já foi dizendo:
- Bunito seu cabra sem-vergoin... Vai comendo!
Meus amigos, a mulher tem uma mão pesada! Sentou a chibata! Não deu tempo nem deu correr...
Me chamou de tudo que é nome: cachorro, safado, cabra véi, rapariguero, entre outras coisas impublicáveis até na Internet.
A essas alturas a mãezinha acordou também. Vendo aquela desgraceira, saiu em minha defesa:
- Não Margarida! No olho do bichim não! Pode bater, mas no olho do bichim não!
Oouura, que no olho não o que! A primeira sapecada que ela deu de direita, foi direto na caixa do olho!
Pegou bem dentro. Olha só o resultado na foto...
Meu cumpade, foi o resto do carnaval com gelo na caixa do ôi...
[]'s!
Chevette Verde
Esse era o Chevette Verde...
Muitas lembranças ele me deixou.
Lembro muito bem de uma vez no Paracuru. Estávamos, "somente nós" (Eu, Alex, Dão, Tein, Dedin Gouveia, Cacheado, Piôi, três primos meus e a caixa de som), no Chevette Verde dando uma voltinha à beira mar. Quando logo passa por nós um grupinho de nativas.
- O que faço?
De imediato, um retorno (cavalo de pau).
- O que acontece?
Nem vi! Atrás, vinha um moto. Quando o Chevette Verde virou, o motoqueiro se arrebentou na porta do carro. Como somos previnidos, tínhamos gelo num isopor e realizamos os primeiros socorros até a chagada ao Hospital Regional do Paracuru.
Meu dia acabou ali.
Não demorou muito, acbaei vendendo o Chevette Verde. O bicho estava fazendo 4 km com 1 litro.